segunda-feira, setembro 21, 2009

Um excerto dele

"Naquele dia, ele levantou-se cedo, arrastando-se pela casa como um sonâmbulo. Encheu uma caneca de leite e café, quase sem abrir os olhos, e sentou-se à janela da cozinha, deixando a claridade habituar-se à sua presença. E foi sorvendo assim os primeiros raios de Sol, até sentir coragem suficiente para enfrentar o resto da sua rotina.
Fazer a barba, tomar duche, vestir, conduzir até ao trabalho, trabalhar, trabalhar, trabalhar, pausa para café, reunião, almoço, trabalhar, trabalhar, trabalhar, pausa para dois dedos de conversa com o colega do lado, encerrar a sessão, voltar para casa... Um suspirar de alívio depois de um dia sufocado..."

A vantagem do narrador, pensou ela, é poder saber o que se passa dentro das personagens. É saber que música ressoa nos seus pensamentos, é conhecer-lhe as pulsações e frequência respiratória, é adivinhar-lhe as decisões ainda antes de haver opções...

E ela queria ser a narradora dele...

3 comentários:

Serafina disse...

O problema é que as personagens ganham vida própria... são muito desobedientes. :)

Gonçalo Inglês disse...

=)

Ana Jones disse...

deixo de cá vir uns dias, e tenho imensos textos para ler!!! só me dás trabalho!!!
mas um bom e agradável trabalho...

parabéns minha princesa!!!