segunda-feira, julho 20, 2009


    Descobri um dia
    Que o amor se enrolou
    Num corpo que julgava
    Ter nascido só meu,
    Mas quando o descolei
    E o chamei para mim,
    Vi que ele me arrastava
    O coração para o fim.

    O amor não desgrudou
    Daquele vil coração
    Trancado naquele corpo
    Que duvido ser meu.
    Deixou pegadas grandes
    Que não cabem nos pés
    Que arrasto com a alma
    Que não sabe quem és.

    Foi assim nua
    Que acabei por parar,
    Sem corpo, coração
    Ou alma p'ra me apoiar.
    O amor, levou-o o corpo
    Que afinal era teu...
    A dor ficou p'ra trás
    Em todo o nada que é meu.

      sábado, julho 18, 2009

      Não dances comigo


        Sem vontade de dançar...
        Arruma já as sapatilhas.
        As chagas nesses pés,
        Marcas de dor e maravilhas...

        Corpo erodido, cansado,
        Em lágrimas e suor perfumado,
        Escorreu-te a dança pela testa,
        Baptizou-te amor malfadado...

        Jazes agora, assim, imóvel,
        De silêncio acompanhado...
        A inércia convida
        A dançar, estando parado.

        Mas não dá para dançar
        Acorrentando o coração...
        Abdica deste amor,
        Pas de deux sem paixão...