quinta-feira, maio 03, 2007

História de tempo

Tive uma discussão com o Tempo,
Feia, violenta, enraivecida...
Quis arrancar os ponteiros com que ele
Me marcou a face toda a vida.

Segurei-os com ambas as mãos
Para lhes impedir os movimentos,
Tentar alargar os meus minutos,
Dar aos dias alguns prolongamentos.

Mas a força dos desejos incompletos
Que o tempo me impede de preencher
Revelou-se insuficiente para alterar
A duração que a vida tem de ter.

E aí gritei com o Tempo, chorando,
Por ter a vinte e quatro reduzidas
As horas que queria repartir
Por mil ambições comprometidas.

13/02/07

5 comentários:

Ana Jones disse...

"Não, não consigo parar o tempo
por mais que tente.
E tanto que preciso
que ele espere por mim..."

Giro o poema... I like it!

Susana disse...

Ainda bem que gostas, amor. E isso, foste tu que escreveste ou é um citação de algum poeta que eu desconheço?

Unknown disse...

Musica de Quinta do Bill

;P

Daniel disse...

Eu sei como ganhar minutos e tu também.Mas são minutos á frente, minutos por vir.Minutos que não vês,que não sabes se chegas a sentir...

Susana disse...

Esses minutos, temo, só me apercebi que os ganhava depois de ter escrito isto... São sem dúvida os minutos mais doces e mais meigos.