terça-feira, julho 01, 2008

Déspota


    Tantas foram as batalhas,
    As derrotas,
    As vitórias,
    Tanto sangue nas memórias
    De quem conduziste à morte...
    Tantos soldados sem sorte
    Enterrados sem as glórias
    De viver longas histórias...
    Tanta vida, tantas horas...

    Tantos desejos fatais,
    Golpes duros,
    Sonhos brutais,
    Tanto ódio plos demais
    Toldando-te a visão...
    Tanto fogo sem razão,
    Chamas sem emoção,
    Sem esperança, sem vontade,
    Incêndio sem liberdade...

    Tantos condenados
    À maldição
    De novos fados,
    Corações tão mal-tratados,
    Sem amor e sem cura...
    Tantos olhares amargurados
    Nas garras da loucura...
    Tantas paixões, tantos futuros
    Sem abraços ou ternura...

    Tanta dor por ti causada,
    No fim não traz mais nada
    Do que o som da tua espada
    A exigir justiça ao mundo...
    E nesse último segundo,
    Dessa existência irada,
    És todo-poderoso:
    Até a tua má sorte
    Foi por ti comandada...


1 comentário:

Daniel disse...

A justiça de um só homem raramente é justa,por nunca ser universal.Mas é mesmo isso que retratas.Giro!