terça-feira, agosto 02, 2011

Inquietude

Sem querer solto um suspiro forasteiro,
Liberto uma corrente de inquietude,
Desfazendo as mais-que-perfeitas pétalas
Da flor que desejo que não mude...

E as pétalas vão-me caindo nas mãos
Como pedaços inevitáveis de história...
Aos meus olhos vai murchando um jardim,
Enquanto um outro se enraiza na memória...

E sem querer o coração vacila,
E as lágrimas jorram em cascatas
Arrastando, entre soluços, as palavras,
Absorvendo-me as ideias sensatas...

Resta-me na mão, por fim, um cálice,
Interlúdio entre o futuro e o passado...
Não sei se as outras flores terão tal fado,
Nem se deste texto semeado
Nascerá um rebento emancipado
Com mais folhas e mais pétalas e mais frutos...

Sem querer mergulho na inquietude,
Desejando que a flor nunca mude...

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