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Crueldade,
O teu olhar quando te aproximas.
Crueldade,
Ignorar-te quando me falas.
Crueldade,
O teu andar quando te afastas.
Esquece.
Eu não sou a cruel pobre de espírito
E tu a pobre sem dinheiro.
Somos criaturas semelhantes,
Vivendo em universos distantes
Que co-existem neste mundo.
A sobrevivência é do mais forte,
Mas a vida é um segundo.
Ambos sabemos que palavras não nos definem.
Ambos reconhecemos um no outro, não nomes, mas energias. Sabemos que o potencial dentro de nós mais cedo ou mais tarde vai gerar movimento. Sabemos que a nossa vida não é história nem texto, mas antes gestos e danças. E dançamos uma coreografia que nós próprios idealizámos, com uma música só nossa para ouvir.
E é tão nosso o movimento, quanto a energia motriz que o alimenta e o trabalho muscular que o executa. Ambos preferimos as dores de um músculo cansado, à dor de permanecer quieto e inalterado. Porque não reconhecemos faces geladas, porque o que está parado pode estar morto.
Dizes que não sabes dançar, mas toda a tua história é afinal escrita pelos teus passos de bailado amador. A técnica é só tua para julgar e a beleza só daqueles que sabem ver dança no respirar.
É por isso que somos iguais: energia e movimento por explorar...